Eneida Marta apresenta em Lisboa o novo disco, uma homenagem a Ibra Galissa e à música guineense

Uma das maiores vozes da música guineense apresenta entre hoje e domingo, com vários concertos na região de Lisboa, Portugal, o novo álbum “Ibra” – uma homenagem a Ibra Galissa, mestre guineense da kora, falecido prematuramente este ano. Neste último trabalho, Eneida Marta junta os sons acústicos tradicionais aos mais eletrónicos.

“Ibra” é o sexto álbum de Eneida Marta e este trabalho reúne várias sonoridades já conhecidas, mostra outras mais experimentais e contemporâneas, mas acima de tudo mantém a mesma identidade, a mesma voz doce, o crioulo guineense e o ritmo das músicas do mundo.

Eneida Marta explica: “Creio que a grande diferença entre este disco e os anteriores é o facto de, neste trabalho, misturar sons acústicos tradicionais com sons mais eletrónicos, tornando-o um disco bastante abrangente em termos de abordagem artística e de sonoridade.”

No álbum anterior, “Nha Sunhu”, estreou-se como produtora, mas neste último trabalho dedicou-se à pesquisa e recolha de temas, juntou mensagens fortes e deixou a produção ao cargo de Athanase Kousou, da Costa do Marfim, o responsável por álbuns de Salif Keita, Monique Seka ou Richard Bona. “Em toda a minha carreira, nunca estive tão descontraída e leve durante uma produção ou gravação”, afirma Eneida Marta.

“Eu e o meu produtor tínhamos uma sintonia extraordinária! Isso veio facilitar todo o trabalho. Contei com duas participações especiais, o ícone da música guineense Zé Manel e a artista revelação do momento Missy Bity”, explica a cantora.

Sobre este mais recente trabalho, que conta com doze faixas, Eneida acrescenta ainda que “gostava que as pessoas um dia se lembrassem deste disco como aquele que imortaliza a memória de Ibra Galissa, mas também como aquele que retratou um dos temas mais sensíveis da sociedade  o abandono de um filho”.

Esse tema é retratado no single “Homes di Gossi”, a nona faixa do disco, que foi apresentado no dia de aniversário da cantora, 17 de julho, e desde então tem sido um sucesso das rádios da Guiné-Bissau e de Portugal, com destaque para a RDP África. “É um tema que está a criar debates da sociedade, superou as minhas expectativas”, afirma a autora de “Ibra”, e também embaixadora da Unicef na Guiné-Bissau, que acrescenta: “Gostava que as pessoas ouvissem este meu ‘Ibra’ de coração aberto.

Fonte: Sapo Musika

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