Cerca de 20% das mulheres imigrantes em Cabo Verde não são alfabetizadas
O estudo sobre a “Alfabetização de adultos com ênfase para as raparigas imigrantes”, apresentado , na Cidade da Praia, concluiu que 18,2 por cento (%) das mulheres são analfabéticas, oriundas sobretudo da África.
Segundo avançou o apresentador do estudo, José Maria Semedo, constataram que existem muitas barreiras, sobretudo nas mulheres muçulmanas, já que os maridos ou os pais não autorizam a ida à escola, e há também uma certa resistência em colocar as mulheres na mesma sala de aula com os homens.
“Esse número é grande e expressivo. As mulheres que visitamos e encontramos, de um modo geral, não são muçulmanas, mas as associações comunitárias, como o caso da Guiné Bissau, estão a criar um circulo para mobilizar algumas mulheres, apesar da resistência ser grande”, revelou o investigador que avançou que 18,2 % das imigrantes são analfabetas e oriundas de países como a Guiné-Bissau, Senegal e Nigéria.
José Maria Semedo reconheceu que esse número não afecta, em grande parte, a estatística do país e a evolução da cultura cabo-verdiana, mas sublinhou que um dos desafios é a integração dessa comunidade, sobretudo nas ilhas que recebem grandes focos de imigrantes, nomeadamente Sal, Boa Vista e Santiago (Santa Catarina e Praia).
No seu entender, a estratégia passa por criar algumas condições de integrações com ciclos especiais e orientado para esse publico.
“A imigração veio para ficar e se não começarmos a alfabetizar as mulheres imigrantes vamos ter próximas gerações de meninas fora do sistema educativo”, indicou José Maria Semedo avançando que grande parte das mulheres na Africa Oeste grande fica em casa e não vai às escolas.
Por outro lado, disse que para Cabo Verde é imprescindível que essas mulheres estejam integradas de modo a cumprir os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável 2030.
O estudo foi realizado pela Rede Nacional de Campanha de Educação para Todos de Cabo Verde (RNCEPT-CV) no âmbito das suas acções de actividades e visa contribuir por uma educação inclusiva e sustentável em Cabo Verde.
Fonte: Inforpress