“Guiné-Bissau está em condições de lançar o seu carnaval para património mundial”

João Cornélio Correia, diretor-geral da cultura da Guiné-Bissau, afirmou numa entrevista a alguns órgãos de comunicação nacionais e internacionais que o carnaval nacional tem todas as condições e riquezas para ser candidato a património mundialisto é, está em condições de lançar a candidatura do seu carnaval para património mundial.

 Disse, por outro lado, que o carnaval do Brasil apesar de ser o maior do mundo, o da Guiné-Bissau apresenta-se como um dos melhores devido à sua diversidade cultural.

João Cornélio Correia diz estar convicto que pouca coisa pode impedir que a candidatura do país seja aceite como património mundial.

Na mesma entrevista, João Cornélio Correia destacou os concertos do As One, Klashnikov, Rui Sangara e outros como as grandes realizações culturais de 2018 que, na sua visão, marcaram positivamente o ano que terminou.

No plano internacional, o diretor-geral da cultura fereferência às atuações do grupo cultural da Guiné-Bissau Netos de Bandim” em palcos internacionais.  

No campo literário, João Cornélio Correia assegurou que houve grande produção de novos livros lançados no mercado, tendo realçado que no domínio de formação,a direção-geral da cultura capacitou 32 jovens músicos da nova geração formados no campo da musical.

“Alguns destes jovens já estão em Portugal a estudar numa escola com a qual cooperamos”, afirmou.

Apesar da turbulência que o país conheceu nos últimos tempos, adiantou Cornélio Correia, o setor da cultura guineense conseguiu fazer várias e grandes realizações, fato que deveu-se a um entendimento dos músicos guineenses em trabalhar para o bem do país, passando mensagens de união e de reconciliação nacional aos guineenses.

Garantiu que vai continuar a trabalhar na mesma linha, para mostrar ao povo que é fundamental respeitar as diferenças, as diversidades, mas sobretudo trabalhar para que todos se sintam mais e mais guineenses.

No capítulo de perspectivas, João Cornélio Correia revelou que para 2019 a direção-geral da cultura tem em manga um projeto PAIG-PALOP da União Europeia que deverá entrar em execução ainda em 2019. O projeto, segundo Cornélio Correia, está virado mais para emprego jovem, o que vai permitir que cada jovem músico ou intervenientes no setor trabalhe e possa estar presente em outros mercados do mundo para vender os seus trabalhos.

“Fiz parte de uma equipa que contribuiu na elaboração de um projeto parecido em Moçambique e em Las Palmas. É um projeto de subvenções através de associações ou a título individual”, disse acrescentando que uma das vantagens desse projeto é a questão de gênero, isto é, dar voz ou possibilidade às mulheres para que possam desenvolver as suas atividades no domínio das artes.

 Outra vertente, segundo Cornélio Correia, está ligada à literatura infantil que será uma das grandes apostas da direção-geral da cultura. Um terceiro destaque está virado à elaboração da política nacional da cultura.

“Faltam muitos instrumentos como por exemplo as leis. Já temos a lei da manifestação cultural que está a espera da sua promulgação pelo Presidente da República e o decreto-lei de combate à pirataria”, referiu, confirmando que já existe um gabinete de direitos de autor e a Associação Guineense dos Direitos do Autor, mas lamenta que o maior problema continua a ser a violação destes instrumentos e que os músicos ou detentores de obras literárias ou de artes não são pagos pelo seu trabalho.

Cornélio Correia adiantou que na Guiné-Bissau tem todas acondições e riquezas para ser candidato, ou seja, está em condições de lançar candidatura do seu carnaval para património mundial. Neste sentido, acrescentou que o carnaval do Brasil, apesar de ser o maior do mundo, a Guiné-Bissau apresenta-se também como um dos melhores do planeta devido à sua diversidade cultural.

“Temos potencial de riquezas enquanto património cultural e material, a começar pelasnossas músicas, instrumentos musicais tradicionaistrajes e até as nossas línguas nacionais e étnicas, enquanto veículos de transmissão do nosso património cultural, enfatizou.

Revelou que a direção-geral da cultura está a trabalhar com a UNESCO num projeto de assistência internacional para começar a organizar de forma científica e planificada a apresentação a candidatura do carnaval guineense ao património mundial da humanidade.

Revelou igualmente que o país já lançou um projeto de assistência internacional para a candidatura de “género musical Tina” – património cultural e imaterial da humanidade, porque “é um género musical específico guineense que surgiu quando um barril de vinho foi cortado ao meio para lavar a roupa.

Enquanto as mulheres descansavam, utilizavam este instrumento para tocar e divertirem-se”.

Não só a Tina. Também há outros géneros como Kussundé, por exemplo, mas a divulgação de Tina está muito mais avançada”, notou.

Fonte: O Democrata 

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