Escolas superiores de saúde lançam Erasmus para espaço da lusofonia
Seis dezenas de instituições lusófonas de ensino superior na área da saúde lançaram na passada sexta-feira (15 de março) um programa de mobilidade – Programa MOTUS -, que irá permitir a “circulação pelos diversos países” da lusofonia de estudantes, recém-graduados, investigadores, professores e funcionários.
O Programa MOTUS, apresentado em Lisboa, é uma iniciativa da Rede Académica das Ciências da Saúde (RACS), que integra de instituições de ensino superior da lusofonia, e “visa, na prática, e usando um exemplo conhecido, fazer um ‘Erasmus’ da Lusofonia no universo das instituições de ensino ligadas à Saúde”, indicou à Lusa o presidente da rede, Jorge Conde.
“O programa é curto, vai arrancar este ano com um ensaio, um ano-piloto, que vai ser pago pelos próprios associados. Mas estamos a negociar com um patrocinador um valor que permita fazer um programa com cinco dezenas de mobilidades por ano numa primeira fase”, explicou o académico.
“Acredito que, a muito curto prazo, vamos ter fechadas as negociações com o patrocinador”, acrescentou Jorge Conde.
O projeto-piloto arranca com “15 mobilidades”, que “podem ir dos dois aos seis meses”, mas o objetivo é, até junho do ano que vem, estarmos com o plano a funcionar, no mínimo, com as 50 mobilidades/ano”, disse.
O orçamento para esta fase do programa – 50 mobilidades/ano – foi estimado entre os 75 mil e os 100 mil euros, segundo a fonte.
O programa comporta o suporte dos custos de deslocação, alojamento e, nos casos onde a deslocação é feita dos países com menores recursos para os países com maior rendimento económico, a atribuição de uma bolsa que compense as diferenças de câmbio e do custo de vida, explicou a mesma fonte.
Os apoios financeiros para as deslocações nunca ultrapassarão os 2.000 euros e as bolsas foram limitadas a um máximo de 650 euros/mês para os estudantes e 150 euros/dia para os professores, investigadores e funcionários.
A RACS – uma rede de escolas da área da saúde com dois anos, sedeada em Coimbra – conta neste momento com cerca de “seis dezenas de associados em grande parte dos países da Lusofonia”. São Tomé, Guiné Bissau e Timor “são os únicos países que ainda não têm nenhuma escola na rede”, indicou Jorge Conde.
“Já temos cerca de seis dezenas de associados, hoje mesmo vamos admitir mais alguns associados e a rede está em expansão para que possa vir a aglutinar todas ou um grande número das escolas de saúde destes países que falam português”, disse.
Fonte: Lusa