Governo timorense aprova entrada de 6.798 alunos no regime especial na UNTL
O Ministério do Ensino Superior, Ciência e Cultura (MESCC) timorense aprovou ontem a entrada de 6.798 alunos do regime especial na Universidade Nacional Timor Lorosa’e (UNTL), um número quase sete vezes maior do que o inicialmente aprovado.
A decisão foi anunciada depois de o reitor da UNTL, Francisco Miguel Martins, ter entregue no MESCC a ata da reunião deste mês do Conselho Geral da instituição, cuja maioria dos membros aprovou a entrada desse número de alunos no regime especial.
“A ata foi entregue e o ministro homologou como determinado em Conselho de Ministros”, confirmou à Lusa fonte oficial do MESCC.
Inicialmente, o MESCC tinha aprovado apenas 1.066 alunos no regime especial, com a UNTL a pré-inscrever 6.798, o que causou uma polémica que se arrastou durante vários meses, levando o assunto a ser analisado várias vezes em Conselho de Ministros.
Depois do prolongado “braço de ferro” entre o reitor e o ministro do Ensino Superior, Ciência e Cultura timorense, Longuinhos dos Santos, que se oponha à entrada de um número tão elevado de alunos no regime especial, a decisão final acabou por ficar nas mãos do Conselho Geral.
O primeiro-ministro timorense, Taur Matan Ruak, afirmou que o Governo aprovaria qualquer decisão do Conselho Geral reiterando, porém, que a instituição não receberia orçamento adicional este ano.
Os alunos do regime especial somam-se aos 2.730 do regime geral e do regime de oportunidade, já aceites como novos alunos na UNTL e no Instituto Politécnico de Betano (IPB).
No parlamento, deputados do partido do Governo e da oposição a mostrarem-se divididos sobre a polémica, que não se limita a problemas educativos, mas envolve também a questão dos veteranos da luta contra a ocupação indonésia e dos seus familiares.
A UNTL explicou que a quase totalidade dos 6.798 candidatos são familiares de veteranos recomendados por várias pessoas, mas o valor oficial dessas listas pode ser inferior.
De acordo com o secretário de Estado para os Assuntos dos Combatentes da Libertação Nacional timorense, Gil da Costa Monteiro, que citou dados do Governo, o número total de recomendações de candidatos veteranos e familiares diretos (filhos, irmãos e netos) era de 3.983, menos quase três mil do que o número apresentado pela UNTL.
O reitor da UNTL explicou à Lusa que no arranque deste ano letivo a instituição tinha 28.653 alunos inscritos, mas que apenas 13.628 completaram a matrícula para continuar os estudos em 2019.
Francisco Miguel Martins disse que a UNTL tem atualmente 481 docentes e investigadores nacionais e 52 internacionais, somando nos seus vários campus em Díli, Hera (leste da capital) e Betano (sul do país), um total de 126 salas e nove bibliotecas.
O reitor argumentou que tendo em conta o número de docentes, mesmo com a admissão de todos os candidatos propostos pelo regime especial, a UNTL ficará com um rácio de 43 alunos por docente, “dentro do padrão internacional de 35 a 45”.
As contas basearam-se na soma dos alunos que estão já inscritos de anos anteriores e que se matricularam (13.628), mais os admitidos pelos regimes geral e de oportunidade (2.389) e os que registaram a candidatura no regime especial (6.798).
Fonte: Lusa