Angola: Kauyka divulga línguas nacionais
A escritora Ana Maria de Oliveira apresenta no sábado, às 09h00, no Memorial António Agostinho Neto, a colecção de literatura infantil “Kauyka”, em alusão aos 20 anos de lançamento do primeiro livro, “Nasceu a Kauyka”, uma ho-menagem ao Mês da Criança, em especial ao 16 de Junho, Dia da Criança Africana.
A colecção Kauyka surgiu, inicialmente, em língua portuguesa, com os títulos: “Nasceu a Kauyka”, “Kauyka já Engatinha”, “Kauyka dá os Primeiros Passos”, “Kauyka Tem Um Irmão” e “Kauyka Vai à Escola”, no intuito de educar a sociedade sobre os cuidados a ter com crianças.
Até ao momento, disse, foram concluídos e editados nas línguas kimbundu, um-bundu, kikongo, cokwe, ngangela e oshikwanyama. No prelo estão as edições em kuvale, nyaneka e ibinda.
Este ano, acrescentou, pretende dar uma maior relevância aos títulos da colecção em língua nacional kimbundu, constituída pelos títulos: “Kauyka Amuvwala”, “Kauyka Yuxena Kya”, “Kauyka Yumateka Kwenda”, “Kauyka Wexena Mona Diyala” e “Kauyka Yuya Kuxikola”.
“As línguas nacionais têm uma grande importância, como factor de identidade e cultura de um povo”, afirmou Ana Maria de Oliveira. Acrescentou que “a comunicação social é decisiva na recuperação e valorização das tradições e deveria ajudar a aprofundar o uso das línguas nacionais, no intuito de existir um maior número de falantes”, destacou.
Para a autora, o maior objectivo do projecto “Kauyka” é permitir o acesso das crianças às leituras complementares, em línguas nacionais, dada a sua inserção no sistema regular de ensino e a facilitação de falantes dessas línguas.
Ana Maria de Oliveira é uma das escritoras angolanas que se dedica à literatura infantil, privilegiando as primeiras idades de leitura.
Além de escritora é educadora social e antropóloga. Natural de Luanda, licenciou-se na Universidade Nova de Lisboa e é doutoranda na Universidade de Western Cape, África do Sul.
Actualmente, Ana Maria de Oliveira dedica a maior parte da sua investigação a temas ligados aos costumes e práticas das comunidades culturais angolanas e é autora de vários trabalhos de pesquisa antropológica e etno -histórica, ligados às autoridades tradicionais em Angola.