Fundação Gulbenkian oferece material de diagnóstico do cancro da mama em Cabo Verde

A Fundação Calouste Gulbenkian ofereceu um conjunto de equipamentos e consumíveis para melhorar o diagnóstico do cancro da mama em Cabo Verde.

Segundo a fundação, o apoio insere-se no projeto de melhoria do diagnóstico e tratamento das doenças oncológicas em Cabo Verde, criado em 2018.

O material foi enviado para o Hospital Agostinho Neto, na Praia, e consiste em equipamentos e consumíveis, que vão permitir a realização de até 300 biopsias mamárias (e outras) por agulha grossa (Core Biopsy), contribuindo para reforçar a capacidade de diagnóstico oncológico, neste caso do cancro da mama, no país.

“O material vai permitir melhorar a qualidade e segurança dos procedimentos pois é realizado em regime de ambulatório com anestesia local, ao contrário da biopsia excisional, método mais invasivo”, salientou a fundação.

Além do reforço do equipamento clínico especializado, o apoio prevê a realização de estágios de formação de profissionais de saúde de Cabo Verde em Portugal e de profissionais formados em Cabo Verde por profissionais de saúde portugueses.

O projeto de melhoria do diagnóstico e tratamento das doenças oncológicas nos hospitais Agostinho Neto, na Praia, e Baptista de Sousa, no Mindelo, insere-se no Plano Estratégico Nacional de Controlo do Cancro 2018-2022 de Cabo Verde.

Segundo dados disponibilizados em fevereiro pelo Instituto Nacional de Saúde Pública (INSP) cabo-verdiano, o cancro mata por ano uma média de 300 pessoas em Cabo Verde, representando a segunda causa de morte e de deslocação de doentes no país.

De acordo com a mesma fonte, os cancros mais prevalentes no país são o da mama, do colo do útero, do aparelho digestivo e da próstata, sendo que os homens são os que mais sofrem com a doença no país.

O instituto cabo-verdiano adiantou que apenas 10% dos cancros advém de causas hereditárias, enquanto os restantes 90% são devido a causas esporádicas controláveis.

“O cancro é consequência daquilo que nós fazemos”, salientou o INSP, considerando, por isso, que há um grande trabalho a ser feito na sensibilização da população sobre os fatores de risco, que tem a ver com a alimentação inadequada, a falta de atividade física, a obesidade, entre outros.

“Reconhece-se que há necessidade de melhorar o diagnóstico, o tratamento e os cuidados paliativos, pois, mais de 60% dos cancros são diagnosticados em estado avançado da doença”, salientou o INSP.

Fonte: Lusa

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