Vencedores da V edição do concurso fotográfico Somos – Imagens da Lusofonia 2023: “Em cada rosto, um legado coletivo”
O fotógrafo português Luís Godinho foi o grande vencedor da quinta edição do concurso “Somos Imagens da Lusofonia”, que decorreu de 20 de Maio a 10 de Julho deste ano e que teve por tema “Em cada rosto, um legado coletivo”, com um retrato tirado em São Tomé e Príncipe.
Bruno Pedro e Jorge Bacelar completam o trio de premiados, com fotografias de Cabo Delgado, em Moçambique, e da região portuguesa de Estarreja, respetivamente. A “Somos! – Associação de Comunicação em Língua Portuguesa” (Somos – ACLP) irá organizar a subsequente exposição fotográfica, em Setembro, e assinalará os cinco anos do concurso com um catálogo.
O júri do concurso atribuiu o primeiro lugar à imagem do fotógrafo português Luís Godinho, intitulada “São Tomé e Príncipe”, que pretende demonstrar a alegria sentida pelas crianças desse pequeno país, que tem uma população jovem cada vez mais instruída. O retrato é de uma menina que, depois de ter chegado da escola e ajudado a sua mãe nas tarefas diárias, se deita a relaxar à sombra, numa antiga roça em São Tomé, num contraste de luz e sombra que dá dimensão ao seu estado de espírito. O fotógrafo consegue aliar destreza técnica e boa composição nesta fotografia que, assim, lhe garante o primeiro prémio do concurso no valor de dez mil patacas (o equivalente a 1150€).
O segundo prémio, no valor cinco mil patacas, foi conquistado pelo português Bruno Pedro, autor da fotografia “Paz em Cabo Delgado”, que é o retrato de uma menina a sorrir no coração do bairro mais antigo de Pemba (Paquitequete), na província moçambicana de Cabo Delgado, que tem sido fustigada por ataques terroristas desde outubro de 2017. Houve uma fuga em massa da população daquela região, na sequência dos ataques armados atribuídos ao Daesh, e o retrato desta menina é um símbolo de resistência e de esperança, que atesta a capacidade humana de readaptação, de perseverança, que nos recorda que é possível encontrar alegria mesmo nas circunstâncias mais cruéis e difíceis, sendo a inocência plasmada no seu rosto profundamente comovente.
Já o português Jorge Bacelar recebeu o terceiro prémio, no valor de 3.500 patacas, com a fotografia “Momento de descanso”, que nos dá conta do legado de Manuel Pires Tavares, também conhecido por “Manel Espeta”, um agricultor que vive sozinho em Salreu, uma freguesia de Estarreja, Portugal. O retrato de perfil mostra o agricultor, sentado ao lado de uma das suas vacas de raça marinhoa (raça autóctone portuguesa) e com os seus cães ao colo, que acabam por ser a sua companhia e alegria da casa. Manel herdou a paixão pela agricultura dos pais e no seu rosto estão as marcas de uma vida sempre dedicado ao campo.
Neste concurso, foram ainda atribuídas três menções honrosas (através de certificado) a três concorrentes. Os autores das fotografias que mereceram esse destaque são João Galamba (Portugal) com “Festas de Santo Estevão”, uma tradição transmontana; Milton Ostetto (Brasil) com “As marcas do mar” sobre a tradição da pesca artesanal em Florianópolis; e Raphael Alves (Brasil) com “O barqueiro” que retrata a seca mais intensa da história da Bacia Amazônica.
Em linha com as edições anteriores, as fotografias premiadas neste concurso, juntamente com cerca de quatro dezenas de outras que foram selecionadas pelo júri de entre as candidatas, pela sua relevância ou valor para o tema do concurso fotográfico e para o propósito da Somos – ACLP de projetar a dimensão cultural da Lusofonia, assim como o papel de Macau enquanto plataforma que une a China e os países/regiões de Língua Portuguesa, integrarão uma exposição a ter lugar, este ano, no dia 27 de setembro, pelas 18h30, na galeria D1 do Albergue da SCM.
Durante a inauguração da exposição “Somos – Imagens da Lusofonia 2023/24: Em cada rosto, um legado coletivo”, de forma a assinalar o sucesso do concurso fotográfico da Somos – ACLP, já na sua quinta edição, será também apresentado um catálogo que reúne as melhores fotografias das edições do concurso realizadas até este ano. São imagens que capturam a essência e a diversidade do mundo lusófono, revelando a conexão humana e cultural que une Macau e os países da CPLP, servindo este catálogo de registo e de suporte para memória futura, no âmbito destas relações.
[Comunicado revisto depois de solucionado erro na pré-seleção de fotografias]