Músicos desapontados gritam por socorro

 A  ASSOMÚSICOS, Associação dos Músicos de São-Tomé e Príncipe lança grito de socorro ao Governo face a realidade de vida da maioria dos profissionais da área nesta fase do covid – 19.

José Sardinha, cantor e responsável da banda Relíquias e também membro e presidente do Conselho Fiscal da associação, foi indigitado pela presidente da mesma, o músico Guilherme de Carvalho, a se pronunciar sobre o assunto.

À agência STP-Press, Sardinha disse que os músicos estão a passar por momentos muito complicados. “Já lá vão seis meses a passarmos mal, embora a fazermos tudo por tudo para ver se nos aparece uma luz ao fundo do túnel”.

Afirmou que estão desapontados, mas mesmo assim a batalharem  de forma organizada.

Têm tido vários encontros com quem de direito e a direcção da associação tem se reunido sistematicamernte com os seus membros, discutindo projectos que possam conduzi-los a um bom porto.

Ao Director-geral da Cultura, Miklail de Ceita, expuseram duas ideias. A primeira consistiria em realizarem concertos em locais fechados, mas com um número de espectadores não superior a cinquenta. A entrada seria cobrada e haveria  bufet para comparticipação nos custos. Mas de  primeira, Miklail aconselhou-lhes a não irem por essa via. “Da forma como os santomenses gostam de ambientes musicais e ansiosos como estão, isso só traria problemas entre civis e polícias”, argumentou.

A segunda ideia avançada: concerto on line. Iriam indentificar um auditório, quer da Casa da Cultura, quer da Rádio Nacional ou da CACAU. Num desses auditórios, os músicos poderiam realizar actividades as sextas, sábados e domingos e em mais um dia alternativo. Seriam  três horas de concerto para cada um desses dias.

Essa ideia sim, foi apoiada pelo Director-geral da Cultura e é sobre ela que estão a trabalhar, para depois contactarem a Direcção da TVS. “Quanto a isso contamos com o concurso do Governo através da Secretaria de Estado para a Comunicação Social, pois uma transmissão televisiva não fica barato e a ASSOMÚSICOS não tem condições para assumi-la.”, frisou Zé Sardinha.

Questionado sobre como os diferentes  músicos sairiam a ganhar com estes concertos on line, a explicação foi esta: “Iríamos accionar a comparticipação dos nossos telespectadores tanto no país como em qualquer outra parte do mundo. Damos o número da conta bancária da ASSOMÚSICOS e cada telespectador irá depositando a sua quota-parte”.

O músico disse acreditar nessa aposta e que a perspectiva é de arrancarem já no mês de Setembro. “Fazemos concerto on line, mas não obstante, um músico não vai sair de casa para um concerto  de três horas e regressar de bolsos vazios.

Nessa ordem de ideias, para além daquilo que os nossos telespectadores forem depositando na conta da ASSOMÚSICOS  para posterior distribuição a todos os músicos, queremos também uma comparticipação da parte do nosso pai que é o Governo, para estímulo a cada um no final de cada concerto”.

Mas é possível que o Governo apresente indisponibilidade financeira. Perante uma tal hipótese, o presidente do Conselho Fiscal da ASSOMÚSICOS foi peremptório em dizer que “para nós os músicos, o Governo tem que arranjar uma forma de resolver os nossos problemas porque nós sabemos que entrou dinheiro em STP a partir do momento da confirmação da existência do novo coronavírus no país.

Nesse período da pandemia, o Governo até agora nada fez para a ASSOMÚSICOS, salvo um ou outro caso de músicos que receberam algo no âmbito da mitigação. Acreditamos ter chegado o momento, aliás mais vale tarde que nunca”.

Fonte: Agência de Notícias STP-Press 

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