O português Carlos Elísio Silva foi o grande vencedor do concurso “Somos Imagens da Lusofonia”, lançado em dezembro de 2019, com a fotografia intitulada “Magusto à moda antiga”. A segunda edição deste concurso de fotografia, organizado anualmente pela Somos! – Associação de Comunicação em Língua Portuguesa” (Somos – ACLP), centrou-se no património cultural dos países e regiões do universo lusófono. O brasileiro Milton Ostetto e o português José Carlos Carvalho arrecadaram o segundo e terceiro prémios, respetivamente.
O júri do concurso atribuiu maior votação à fotografia “Magusto à moda antiga”, de Carlos Elísio Silva, a qual retrata a prática do “saltar a fogueira” enquanto se espera que as castanhas assem. O fotógrafo, que irá receber o prémio pecuniário de dez mil patacas (equivalente a mais de 1200€), captou a imagem durante uma recriação desse costume, realizada pela Rusga de S. Vicente, em Braga. Na memória descritiva da fotografia, Carlos Elísio Silva indica que o magusto era tradicionalmente um dos numerosos “momentos de convívio” das populações nos adros das igrejas aos domingos. “Além da fogueira, onde eram assadas as castanhas, juntava-se animação, cantigas populares e diversão à moda antiga, como este, o de saltar a fogueira”.
Milton Ostetto conquistou o segundo prémio, no valor cinco mil patacas, pela fotografia “Rede de Esperança” sobre a pesca artesanal na Ilha de Santa Catarina, “uma tradição centenária” que chegou “com os primeiros imigrantes portugueses (…) depois do descobrimento do Brasil”.
Por sua vez, José Carlos Carvalho arrecadou o terceiro prémio, de 3.500 patacas, com a imagem “Fado Sentido”, que capta um dos momentos de uma competição dedicada exclusivamente a esse estilo musical português, declarado Património Imaterial da Humanidade pela UNESCO em 2011. Como referiu: “um concurso onde se vai as origens do fado para melhor os conhecer” e de onde “têm saído os maiores fadistas de Portugal”.
Este ano foram ainda atribuídas três menções honrosas. Os autores das fotografias que mereceram esse destaque são a brasileira Ana Taemi Utiyama com “Homenagem a Jacó, uma imagem que reflete uma comemoração anual de vaqueiros no Sertão de Pernambuco, e os portugueses André Rodrigues, com o “Careto” do tradicional Carnaval de Lazarim, em Lamego, e Carlos Pimentel com a fotografia “O Encontro”, tirada durante a Romaria de Nossa Senhora da Boa Nova, em Évora.
O concurso fotográfico era aberto a todos os cidadãos dos países e regiões da Lusofonia e residentes Macau, com fotografias tiradas em qualquer um destes locais: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste ou Goa, Damão e Diu.
O painel de jurados desta segunda edição do concurso foi composto por fotojornalistas a trabalhar em Macau, Portugal e Moçambique, designadamente Gonçalo Lobo Pinheiro (presidente do júri e representante da Somos – ACLP), Eduardo Leal, Eduardo Martins, Gonçalo Delgado, José Sérgio e Pereira Lopes.
O júri analisou várias dezenas de fotografias que corresponderam ao tema do património cultural e que louvam a herança cultural de cada país e região do universo lusófono com valor incontestável para a sua história e identidade coletiva.
Como no concurso anterior, as imagens vencedoras, juntamente com dezenas de outras selecionadas pelo júri pela sua relevância ou valor para o tema do concurso fotográfico e para o propósito da Somos – ACLP de projetar a dimensão cultural da Lusofonia, assim como o papel de Macau enquanto plataforma que une a China e os países/regiões de Língua Portuguesa, fariam parte de uma exposição a ser organizada este ano, no mês de março. No entanto, devido à epidemia causada pelo Covid-19 e consequente paralisação do funcionamento dos vários serviços públicos e demais entidades locais, a atividade fica adiada para data a definir a anunciar futuramente.
