Escritor moçambicano Ungulani Ba Ka Khosa, distinguido com a Ordem de Rio Branco pelo Governo brasileiro
O Brasil distinguiu esta quinta-feira (30 de Agosto) o escritor moçambicano, Ungulani Ba Ka Khosa, com a Ordem de Rio Branco, uma das maiores condecorações do país, segundo a Associação de Escritores de Moçambique.
A insígnia reconhece 30 anos de carreira literária, desde a publicação de Ualalapi, em 1987, considerado o primeiro romance histórico moçambicano, escreve a associação, obra que narra o declínio de Ngungunhane, imperador de Gaza, região do sul de Moçambique, capturado pelos portugueses em 1895.
“Esta distinção é acima de tudo um reconhecimento à literatura moçambicana”, disse à Lusa Ungulani Ba Ka Khosa, à margem da cerimónia no Centro Cultural Brasil Moçambique em Maputo.
Para o escritor, além de reconhecer os trabalhos literários de “todos os escritores moçambicanos”, a distinção revela que a literatura moçambicana começa a “invadir novos territórios”.
“A literatura moçambicana começa a entrar no território brasileiro e a ganhar um espaço dentro do Brasil”, acrescentou.
Para o embaixador do Brasil em Moçambique, Rodrigo Soares, a distinção é fruto do trabalho que o escritor tem realizado com determinação e paixão, considerando que a obra de Ungulani Ba Ka Khosa é imprescindível para que se compreenda a história de Moçambique.
“O Brasil curva-se a Ungulani. A dinâmica produção literária do escritor tem despertado cada vez mais interesse no Brasil”, observou o diplomata, acrescentando que a insígnia representa também “um agradecimento pela inestimável contribuição” do autor para a aproximação dos dois países.
Também o ministro da Cultura de Moçambique, Silva Dunduro, destaca que a distinção é extensiva ao povo moçambicano, considerando que se trata de um autor que “sabe costurar a história de Moçambique”.
“Ungulani vai buscar a nossa história e a torna o nosso presente. Isso é um detalhe fundamental”, observou Silva Dunduro, frisando que “está de parabéns a literatura moçambicana”.
Com 11 livros publicados, o autor é uma das principais referências da literatura moçambicana, tendo sido agraciado com o prémio literário José Craveirinha, em 2007.
O “Ualalapi”, tido como o primeiro romance histórico moçambicano, mereceu em 1990 o prémio de melhor ficção narrativa moçambicana.
Ungulani Ba Ka Khosa, pseudónimo de Francisco Esaú Cossa, lançou este ano um novo livro sobre a vida do imperador, intitulado “Gungunhana” à qual junta a história ficcionada das mulheres que o acompanharam no exílio, em Portugal.
Fonte: Lusa