Moçambique inaugura a maior ponte suspensa de África
Com três quilómetros de extensão, a ponte Maputo-Katembe demorou quatro anos a ser construída. Afirma-se como a maior ponte suspensa em África e a maior obra realizada em Moçambique desde a independência.
Começou a ser construída em 2014, tem três quilómetros de extensão e liga a parte central da cidade à margem sul da baía de Maputo. A nova ponte vai ser inaugurada, no sábado, dia 10 de Novembro, depois de alguns atrasos provocados sobretudo pelo processo de reassentamento das populações que viviam em zonas por onde passa a nova travessia.
A nova ponte representa uma das maiores e mais emblemáticas obras públicas do país, desde a independência de Moçambique. Custou 785 milhões de dólares, incluindo os cerca de 200 quilómetros de acessos entre Maputo e a Ponta do Ouro, e prevê-se que vá ter um grande impacto no desenvolvimento urbanístico, empresarial e turístico do distrito da Katembe. Não só encurta distâncias como também possibilita uma nova dinâmica na circulação de bens e pessoas. Até agora, a travessia entre as duas margens só era possível de barco. Fazia-se em ferryboats, velhos e deficitários, muitas vezes sujeitos a avarias e greves.
A obra foi construída pela empresa China Road and Bridge Corporation, envolvendo 3800 operários locais, 450 trabalhadores chineses e ainda 50 engenheiros e consultores de países como a Alemanha, Inglaterra, Rússia e Grécia. Mais de 300 mil metros cúbicos de betão e 75 mil toneladas de aço compõem as principais matérias-primas que estruturam a travessia. Todo o aço teve que ser importado da China e da África do Sul, já que o mercado nacional não tem capacidade de fornecer tais quantidades.
Bai Pengyu, director-geral da China Road and Bridge Corporation, refere que o principal obstáculo com que a empresa teve que lidar ao longo dos quatro anos de construção prendeu-se com o reassentamento da população, provocando algum atraso na execução dos trabalhos. “O nosso contrato com o Governo previa que o executivo moçambicano fosse responsável por todo o reassentamento, mas, devido à crise económica que o país atravessa, o Governo não tem dinheiro e tivemos que ser nós a financiar esse procedimento”, adiantou.
As estimativas apontam para que atravessem a ponte diariamente cerca de 4 mil viaturas contra os cerca de 200 automóveis que até aqui cruzavam a baía com recurso a ferryboats.
As expectativas são grandes em relação à abertura da nova travessia, já que ao aproximar a cidade de Maputo à Katembe, na outra margem, reduz distâncias e potencia também um maior desenvolvimento, criando novas oportunidades de negócio sobretudo no distrito da Katembe.
* Por Alcina Gomes