Moçambique tem a terceira maior taxa de casos de malária no mundo
Moçambique é o país com a terceira maior percentagem de casos de malária no mundo (5%), seguido da Índia e do Uganda (4%). No topo da lista está a Nigéria com uma percentagem de 25%. A República Democrática do Congo surge em segundo lugar com 11% dos casos.
Estima-se que só no ano passado tenham morrido em Moçambique entre 12.200 a 17.200 pessoas vítimas de malária.
Os dados são avançados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) que apresentou, em Maputo, o relatório anual sobre a doença no mundo. Apesar dos números, aquela Agência das Nações Unidas sublinha que “a transmissão da doença está estabilizada em Moçambique”, referindo que o país tem vindo a registar uma diminuição do número de mortes por malária.
Moçambique e Angola (2%) surgem como os países lusófonos mais afetados pela doença, enquanto Timor-Leste, Cabo Verde e São Tomé são os territórios onde aquela enfermidade é menos problemática.
Na Guiné-Bissau, não tem havido evolução desde 2010 e estima-se que tenham morrido entre 600 a 800 pessoas vítimas de malária em 2017, num universo de casos que pode chegar aos 260 mil – o país tem cerca de milhão e meio de habitantes. Portugal, assim como o resto da Europa, são considerados territórios livres de malária.
Estima-se que tenham morrido vítimas de malária 435 mil pessoas em todo o mundo, sendo a Região Africana da OMS responsável por 93% das mortes registadas no ano passado. Os dez países africanos com maior incidência da doença evidenciam um aumento do número de casos registados no ano passado em comparação com 2016.
A Nigéria, Madagascar e a República Democrática do Congo registaram os maiores aumentos, superando meio milhão de casos nos três países.
Mais casos, menos mortes
Ainda que esteja na lista dos países mais afectados pela doença, a Índia aparece como a única nação a registar uma redução substancial no número de casos de malária em 2017, caindo 24% em relação a 2016.
Neste caso, a Organização Mundial de Saúde aponta “o empenho político” e a “liderança técnica reforçada que está centrada na priorização de uma combinação acertada de medidas de controlo” como factores de sucesso.
Por outro lado, países como o Brasil, Nicarágua e Venezuela apresentam um aumento significativo de transmissão da doença. Segundo a OMS, “a migração, combinada com factores ambientais e socioeconómicos criaram as condições ideais para a proliferação de mosquitos portadores de malária”.
Só na Venezuela, o número de casos passou de 136 mil para 411 mil em três anos. Um aumento significativo que, segundo a Organização Mundial de Saúde, está ligado, em grande parte, “à indisponibilidade de medicamentos antipalúdicos, programas mais fracos de combate aos vectores e à deslocação de pessoas infectadas com malária das zonas das minas de ouro do Estado Bolívar para outras zonas do país com ecossistemas propícios à malária”.
Ainda assim, apesar do número de casos de malária estar a aumentar, a Agência das Nações Unidas refere que o número de mortes está a diminuir em todo o mundo, passando de 606 mil mortes em 2016 para 435 mil em 2017.
As maiores reduções ocorreram no Sudeste Asiático (54%). O número de casos em todo o mundo deverá ter rondado, em 2017, os 219 milhões, menos 20 milhões que em 2010.
No âmbito da prevenção, o relatório da OMS aponta a importância da utilização de mosquiteiros impregnados com inseticida e das terapias preventivas, reforçando que “o diagnóstico e o tratamento rápidos são a maneira mais eficaz de evitar que um caso leve de malária se torne uma doença séria e mortal”.