Brasil e Moçambique entre países com lepra em que ONU diz ser prioritário agir

Brasil e Moçambique estão entre os países onde as Nações Unidas  consideram ser prioritário intervir para combater a lepra, uma doença infecciosa que afecta a pele e os nervos.

A responsável pelo programa para a eliminação da lepra no Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), Alice Cruz, sublinhou no passado domingo em que se assinalou o Dia Mundial da Lepra, a preocupação quanto à situação no Brasil e em Moçambique, países onde é necessário agir para combater os casos registados e “a discriminação contra as pessoas afectadas pela lepra”.

A Organização Mundial de Saúde registou 214,783 casos de lepra em 2016 – 12,437 deles com um grau considerado sério de deficiência.

A portuguesa Alice Cruz, uma docente universitária no Equador, assumiu o cargo no ACNUDH em Novembro de 2017. Tem por missão ser a “voz activa” das pessoas afectadas, para as quais reclama “o direito de participar em todos os processos de tomada de decisão, bem como na elaboração, execução, monitorização e avaliação de políticas públicas que as envolvam”.

“Muitas pessoas com lepra permanecem presas num ciclo interminável de discriminação e deficiência”, disse Alice Cruz, aludindo ao “estigma” que sofre um doente, um “equívoco” que deve ser combatido “com informação e educação”.

A responsável denuncia que a lepra “leva a violações de direitos humanos e à segregação de pessoas atingidas pela doença”. “A realidade é que a doença continua a afectar pessoas, o que mostra que há atrasos no diagnóstico e falta de acesso a tratamento de alta qualidade. As crianças estão entre aqueles que sofrem desnecessariamente”, disse.

Alice Cruz acentuou que “os países onde a lepra é endémica associa-se às desigualdades sociais e afecta principalmente as comunidades mais pobres. Em outros países, surgem novos desafios, tais como o aumento de casos entre pessoas nascidas no exterior”.

Em Portugal, a Direcção-Geral de Saúde considera que a lepra não constitui perigo para a saúde pública.

A Federação Internacional das Associações Anti Lepra está a desenvolver este ano um conjunto de iniciativas focadas na eliminação da deficiência em crianças que contraem a doença.

Fonte: Público 

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