Angola: Estabelecimento prisional aposta na reeducação dos reclusos

A direcção do Estabelecimento Penitenciário de Ndalatando, no Cuanza Norte, está a reforçar a aposta na reeducação de reclusos, através de acções de formação académica com aulas de alfabetização, disse segunda-feira, o director da instituição, sub-comissário prisional Benjamim Lázaro Hossi.

Em declarações à Angop, o responsável explicou, que 350 reclusos beneficiam no presente ano lectivo de aulas do ensino primário, do I ciclo do ensino secundário e de alfabetização, mais 131 que no ano lectivo de 2018.

Benjamim Hossi aclarou que a ideia da instituição é promover acções para os reclusos, que permitam que após o cumprimento das penas voltaram ao convívio social munidos de ferramentas necessárias que lhes permitam a inserção no mercado de emprego.

Sublinhou que o interesse dos reclusos às aulas de alfabetização aumenta de ano após ano, cujo ingresso subiu de 30 alfabetizados, em 2017, para 81, no lectivo de 2018.

No presente ano lectivo, 181 presidiários estão a frequentar aulas de alfabetização naquele estabelecimento penitenciário.

Benjamim Hossi explicou que o estabelecimento conta com uma escola com três salas, que lecciona aulas da iniciação à nona classe, incluindo a alfabetização, asseguradas por quatro professores.

Disse que a aposta do sector é a humanização da instituição, uma tarefa de cumprimento permanente, com vista a facilitar a reinserção social dos reclusos, razão pelo qual está empenhada na criação de condições para a formação académica e profissional em artes e ofícios.

Esclareceu que a meta é a construção, nos próximos tempos, de mais duas salas de aulas, com vista a implementação na instituição do II ciclo de ensino secundário, em 2020, para permitir aos reclusos que terminem a nona classe darem continuidade dos seus estudos.

A par da necessidade da implementação do ensino secundário, o estabelecimento prisional vai nos próximos dias encetar contactos com as estruturas locais do Instituto Nacional de Emprego e Formação profissional (INEFOP), visando analisar as condições para a criação de uma unidade de formação em artes e ofícios, para assegurar a profissionalização dos reclusos.

O estabelecimento conta com uma estrutura de formação inacabada, cujas obras iniciadas em 2016, encontram-se paralisadas por razões de ordem financeira.

Pelo menos 886 reclusos foram formados no estabelecimento de ensino daquela unidade prisional de 2016 a 2018, dos quais 213 alfabetizados.

Com capacidade para albergar 226 reclusos, a unidade prisional tem actualmente uma população penal composta por 490 presidiários, entre os quais 333 condenados e 157 detidos.

Do total dos reclusos encontram-se oito mulheres e 13 estrangeiros indiciados na prática de diversos crimes.

Fonte: Angop

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