Fundação Rui Cunha faz balanço positivo dos primeiros sete anos da atividade
A fundação Rui Cunha fez ontem um balanço positivo dos primeiros setes anos de atividade da instituição, um “trabalho abrangente” em “prol da cultura ou do direito” de Macau, cuja documentação é “um património” do território.
Fundada em 2012 pelo advogado português Rui Cunha, radicado há quase 40 anos em Macau, a fundação assinala esta semana o sétimo aniversário, com um conjunto de eventos que arrancou esta segunda-feira e se estende até dia 29.
A missão a que se propôs desde o início – promover a “identidade singular” da atual região administrativa especial chinesa – tem sido cumprida através de uma “panóplia diversificada de eventos todos os anos”, salientou o vice-presidente, Tubal Gonçalves. Ao todo, já são quase mil, entre “conferências, concertos, lançamentos de livros”.
Praticamente todos estes trabalhos têm sido alvo de documentação. “Nós gravamos tudo o que fazemos”, afirmou à Lusa, realçando que estes trabalhos “servem de apoio à história” e são, já por si, “um património”.
“Se por um lado gravamos tudo, por outro lado também registamos nos nossos relatórios [anuais] tudo aquilo que fazemos ao longo do ano: uma parte relacionada com o direito, e outra às “gentes de Macau”, como nós lhe chamamos”, explicou.
A fundação foi criada para abranger todas as comunidades, algo que está patente naqueles relatórios, explicou.
“Tudo aquilo que se fez aqui não foi direcionado a portugueses ou chineses, foi direcionado para a comunidade que é Macau. Temos eventos que têm um público maioritariamente chinês, outros com um público maioritariamente português”, disse.
Sustentada praticamente com “fundos próprios”, a fundação cresceu e foi reconhecida, no ano passado, como “pessoa coletiva do setor cultural pelo Instituto Cultural (IC)” de Macau, o que lhe permitiu pedir apoios àquela instituição governamental.
“Este ano, já começámos a receber alguns apoios para eventos”, disse. A instituição já tinha sido reconhecida pelo Governo, em 2015, como entidade de “utilidade pública administrativa”.
Para o futuro, o objetivo é simples: continuar a “servir Macau” e “as suas gentes”, de forma “não diferenciada”.
“O nosso objetivo não é distribuir dinheiro. Fazemos eventos em prol da cultura ou do direito de Macau e fazemos isso com os professores, os artistas, os escritores. Estamos aqui para ser uma plataforma que sirva a sociedade toda, o que significa servir todas as comunidades. Não as diferenciamos”, disse.
No entanto, com mais apoios, será possível concretizar o objetivo de sair do pequeno espaço onde está a fundação e alargar o trabalho a novos espaços.
“O nosso plano é sair da fundação e ir cada vez mais para junto dos bairros de Macau, levar a cultura a esses bairros. Porque se tivermos confinados aqui, parece que não estamos a cumprir o nosso papel, que é promover a cultura e o direito”, reiterou.
“É um mundo de projetos que estão ainda por realizar. Fizemos muita coisas, mas os nossos projetos não acabaram. Pelo contrário, às vezes sentimos que estamos no início, com o tanto que falta por fazer”, sublinhou.
Entre os destaques para as comemorações do sétimo aniversário, destaca-se uma conferência na quinta-feira intitulada “Macau enquanto plataforma comercial e económica entre a China e os Países de Língua Portuguesa”, numa altura em que o território “desempenha um papel chave no desenho da Grande Baía”.
Fonte: Lusa