Projeto de Macau com assinatura portuguesa na mostra “100 Arquitetos do Ano” em Seul
Um projeto do atelier de Macau LBA Arquitetura e Planeamento, do português Rui Leão, foi selecionado para a mostra “100 arquitetos do ano”, organizada pela União Internacional de Arquitetos (UIA) e a decorrer este mês, em Seul.
Contactado pela agência Lusa, o arquiteto sublinhou “a importância deste tipo de reconhecimento” para Macau, “uma cidade de turismo e de património”, que para defender “esta narrativa” deve também erguer-se como “uma cidade de arquitetura”.
Sobre o projeto, uma subestação desenhada para a Companhia de Eletricidade de Macau (CEM), Rui Leão defende “que contesta a mensagem de que este tipo de infraestruturas são importantes no desenho da cidade”, mesmo que a interação humana seja “baixa ou nula”.
“Normalmente estes edifícios de infraestrutura, por uma razão ou outra, são menos tidos como boa arquitetura. Há um bocado a noção, o conceito de que o lugar da arquitetura é nos equipamentos públicos, museus, assembleias”, apontou.
“O público não usa o edifício, mas não é razão, nunca deveria ser, para não ser desenhado com nobreza”, acrescentou o também presidente do Conselho Internacional dos Arquitetos de Língua Portuguesa (CIALP).
O projeto “PSS4” garante a Rui Leão e Carlotta Bruni, co-fundadores da LBA, a segunda presença na mostra anual organizada pelo UIA e o Instituto Coreano de Arquitetos (KIA), que este ano decorre entre 20 e 26 de setembro em Seul.
Em 2017, o atelier ganhou destaque na capital sul-coreana com um projeto de habitação social na zona do Fai Chi Kei, encomendado pelo Gabinete para o Desenvolvimento de Infraestruturas de Macau.
Este novo reconhecimento é, assim, um “encorajamento ao esforço de não fazer um projeto só para responder a um programa, mas que tenha preocupações de responder ao contexto urbano”, salientou o arquiteto.
Para Macau se erguer como uma cidade de arquitetura, “é preciso construir o património do futuro”, disse.
Fonte: Lusa