Acto solidário devolve alegria a 60 crianças desfavorecidas
Nas paredes e paus transformados em pilares da obra há uma diversidade de balões. As cores e a correria de crianças despertam a atenção de dezenas de transeuntes, que, curiosos, querem saber a razão da decoração do espaço, que acolhe o Centro Social Rabi, localizado na zona dos Cajueiros, no Zango III.
A movimentação de crianças e de adolescentes toma, cada vez mais, conta do lugar. São mais de 60 crianças a preencher parte considerável dos 25/20 metros do quintal, com cânticos, na sua maioria, religiosos, danças e brincadeiras próprias da idade.
Se dum lado estão crianças e adolescentes, que, habitualmente, são acolhidas diariamente pelo centro, para receber uma ou duas refeições, do outro está um grupo de funcionários do Grupo Confer, produtora da tinta Sollac, que proporcionou, dia 30 de Julho, um almoço solidário, para meninos em situação de vulnerabilidade.
Denominado “Confer solidário”, o gesto da empresa, com sede nas instalações da Zona Económica Especial (ZEE) Luanda/Bengo, é resultado dos apelos à ajuda a pessoas mais desfavorecidas, com situação ainda mais agravada por causa dos efeitos da pandemia da Covid-19, que assola o país, há mais de quatro meses.
Dentro do espaço, ainda sem a cobertura superior completa, as crianças continuam a brincar, a comer e a divertir-se. Os voluntários do centro e os funcionários da empresa promotora do encontro de confraternização redobram os cuidados, tendo em conta que decorrem obras de edificação das futuras salas de aula, para acolher alunos da iniciação à 6ª classe.
Depois das obras, patrocinadas pelo Banco de Fomento Angola, que terminam em dois meses, o centro contará, igualmente, com salas para aulas gratuitas de informática e de refeições, cozinha, escritório, casas de banho, além de um espaço de cultos religiosos.
Enquanto isso, a brincadeira dos meninos não tem fim. Há uma espécie de festa no Centro Social Rabi, uma instituição que existe faz já oito anos. Os seus gestores; pastor Jorge, Albano Fernando (português) e Walter Urbano de Castro, este último irmão do falecido cantor Urbano de Castro, eram viciados em drogas e alcoolismo.
Depois de recuperados dos vícios, pela Remar, surge a ideia de criarem uma associação, onde a missão seria ajudar crianças e jovens desfavorecidos. Hoje, o projecto está a ter outra dimensão e, em breve, vai dar lugar à uma padaria e à uma pastelaria, no Zango.
Albano Fernando e Urbano de Castro explicam que outro desafio é a implementação de um projecto agro-pecuário, num terreno de um hectare, na localidade do Quicabo, na província do Bengo. “Vamos fazer agricultura e criar bovinos, caprinos, suínos e aves, para sustentar outros nossos programas”, explicam.
Albano e Urbano de Castro são dois bons faladores e contadores de histórias que já viveram. Mas, a brincadeira dos pequenos atrai a atenção do repórter. Elas parecem ainda mais animadas, numa altura em que recebem dos funcionários do grupo Confer sacolas com roupas, alimentos diversos, material de higiene, entre outros bens.
Fonte: Jornal de Angola