Filme “Mosquito” de João Nuno Pinto é o candidato de Portugal aos Prémios Goya

 “Mosquito”, de João Nuno Pinto, é o candidato de Portugal à categoria de Melhor Filme Ibero-Americano na 35.ª edição dos Prémios Goya, os mais importantes galardões da indústria cinematográfica espanhola, anunciou a Academia Portuguesa de Cinema.

Trata-se de uma produção da Leopardo Filmes, em coprodução com a Alfama Films Production (França), APM Produções (Portugal), Delicatessen Films (Brasil) e Mapiko Filmes (Moçambique), que teve estreia mundial em janeiro, no Festival Internacional de Cinema de Roterdão, nos Países Baixos, e chegou às salas portuguesas no início de março, pouco antes do encerramento e da declaração do estado de emergência, por causa da covid-19.

A longa-metragem do realizador conta a história de Zacarias, “um jovem português sedento por viver aventuras heroicas durante a Primeira Guerra Mundial”, e conta com um elenco que inclui, entre outros, os atores João Nunes Monteiro, Miguel Moreira, João Lagarto e Filipe Duarte, além das participações especiais da atriz moçambicana Ana Magaia e do fadista Camané.

“Enviado para Moçambique, onde o conflito se desenrola longe dos olhares do mundo, o soldado [Zacarias] vê-se deixado para trás pelo seu pelotão e parte numa longa odisseia mato adentro, à procura da guerra e dos seus sonhos de glória”, resume a nota de imprensa enviada hoje à agência Lusa.

Segundo o presidente da Academia Portuguesa de Cinema, Paulo Trancoso, “Mosquito” é um exemplo de como “apesar do contexto de pandemia que estamos a viver desde o início do ano, e que tanto prejudicou o cinema português, em 2020 estrearam filmes de grande qualidade”.

Em entrevista à Lusa, no início do ano, a propósito da exibição do filme no Festival de Roterdão, o realizador João Nuno Pinto disse que “Mosquito” é inspirado na história da chegada do seu avô a África.

“No entanto, do que se passou durante a sua longa e solitária caminhada pouco se sabe. É aqui que entra a ficção, a efabulação e o sentido que pretendo dar à narrativa”, explicou João Nuno Pinto.

Através da sua história, “somos confrontados com o horror da guerra e a subjugação dos povos africanos pelos europeus através do domínio colonial”, explicou o realizador.

“Permite-nos conhecer um pouco melhor um pedaço esquecido da nossa história, a Primeira Grande Guerra em África, obrigando-nos a refletir sobre um período muito maior que foi o nosso direito em subjugar e ‘civilizar’ outros povos que, convenientemente, considerávamos inferiores”, justificou.

Os Prémios Goya são os mais importantes galardões da indústria cinematográfica espanhola e a 35.ª edição está marcada para 27 de fevereiro de 2021.

Fonte: Lusa

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