Instituto do Património Cultural pretende dar mais visibilidade a olaria tradicional
O Instituto do Património Cultural (IPC), pretende dar mais visibilidade a olaria tradicional, através da construção de um “Centro Interpretativo de Olaria Tradicional”, edições de catálogos e conteúdos em vídeos, bem como o inventário de base comunitária.
Segundo o IPC, enquanto Património Cultural Imaterial (PCI), a olaria tradicional teve em Cabo Verde e nas comunidades rurais, centros de produção, que teve um papel determinante no empoderamento das mulheres oleiras, detentoras do saber-fazer ancestral de confecção das loiças de barro no domínio do artesanato tradicional. Neste sentido, o Instituto do Património Cultural, lançou este plano de salvaguarda com vista garantir a continuidade desta pratica no futuro.
De acordo com IPC, a intenção deste projecto é transmitir as potencialidades socio-económicas e culturais do património, à luz do desenvolvimento rural e de um turismo sustentado nos três centros de produção do artesanato tradicional, nomeadamente Fonte Lima no concelho de Santa Catarina de Santiago, Trás-os-Montes em Tarrafal de Santiago e Rabil na ilha de Boa Vista, onde o trabalho de barro representa a marca dessas localidades.
Enquanto património imaterial, a olaria tradicional é vista como trabalho feminino, mas com elevado potencial para o desenvolvimento sustentável nos referidos locais, neste sentido, o IPC pretende com o referido projecto sublinhar o papel do género no ciclo de produção e comercialização das loiças de barro, sem descurar o seu papel e o seu impacto no contexto social, cultural e económico das famílias.
“Durante o processo investigativo, procurou-se igualmente descrever e analisar o ciclo de produção da olaria tradicional desde a recolha do barro até a fase fina, que é a sua comercialização, analisando e ilustrando as dimensões etnográficas da produção e as dimensões as simbólicas associadas à memória”, informou o instituto.
O projecto prevê, ainda, com apoio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), a realização de uma oficina de capacitação das jovens da localidade e arredores na prática do ofício e para a sua salvaguarda enquanto bem patrimonial.
O IPC contou com a parceria da Câmara Municipal de Santa Catarina, das oleiras e da Unesco, durante os trabalhos de investigação bem como para edição do catálogo que será brevemente dado à estampa.
Fonte: Inforpress