Resultado da terceira edição do concurso de fotografia Somos – Imagens da Lusofonia, subordinado ao tema “Alma lusófona em tempos de COVID-19”, organizado anualmente pela Somos! – Associação de Comunicação em Língua Portuguesa” (Somos – ACLP).

A fotografia “Lágrima” do português, Rodrigo Cabrita, arrecadou o primeiro prémio, no valor pecuniário de 10 mil patacas (equivalente a mais de 1200 euros) foi captada no Hospital De Dona Estefânia, em Lisboa. Na memória descritiva, Rodrigo Cabrita refere que a fotografia retrata o primeiro internamento, em Portugal, de uma criança com Covid-19. “Dias depois de ser sedado e entubado, Francisco reagiu positivamente à terapia. A lágrima, uma reação ao tratamento administrado, foi finalmente deixada para trás e a batalha pela vida foi vencida.” 

O júri decidiu atribuir o segundo prémio, de 5 mil patacas (aproximadamente 520 euros), a uma fotografia de João Porfírio que retrata o “Primeiro Abraço” entre  mãe e filha “abraçaram-se pela primeira vez em três meses através de uma cortina de plástico a separá-las”. A fotografia foi tirada na Santa Casa da Misericórdia, em Lisboa, Quinta Alegre, no dia em que foram permitidas as visitas aos utentes.

Por sua vez, Sara Monteiro de Matos arrecadou o terceiro prémio, de 3.500 patacas (360 euros aproximadamente), com a imagem “Cuidados Intensivos”, que capta um enfermeiro a meio do turno na Unidade de Cuidados Intensivos do Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, Portugal. Como referiu, “o equipamento desconfortável durante longas horas de turnos, os muitos meses desta nova realidade (…) fazem com que os profissionais de saúde se sintam mais exaustos”.  

Este ano foram também atribuídas três menções honrosas. Os autores das fotografias que mereceram esse destaque são os portugueses Rui Miguel Pedrosa com o “Santuário de Fátima”, um projeto desenvolvido durante o período da peregrinação internacional ao Santuário de Fátima, sem a habitual participação dos peregrinos devido à Covid-19; Timothy Francisco Lima com a “Linha da Frente” dos profissionais de saúde na batalha contra a pandemia nas Instituições de Saúde da Ilha Terceira (Açores); e José Goulão com a fotografia “Militar de Abril” a subir sozinho a Avenida da Liberdade em Lisboa (Portugal) com uma bandeira de Portugal de um lado e um saco de ferramentas no outro. 

O concurso fotográfico foi aberto a todos os cidadãos dos países e regiões da Lusofonia e residentes de Macau, com fotografias tiradas em qualquer um destes locais: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste ou Goa, Damão e Diu. 

O painel de jurados foi composto por um grupo de fotojornalistas de Macau e Portugal, designadamente Gonçalo Lobo Pinheiro (presidente do júri e representante da Somos – ACLP), José Carlos Carvalho, Raphael Alves, Roy Choi e Miguel A. Lopes.  

O presidente do painel indicou que este ano foi “difícil” para o júri escolher os vencedores, devido à “qualidade” das fotografias rececionadas. Gonçalo Lobo Pinheiro, refere que o concurso deste ano “superou” as edições anteriores com retratos de “grande recorte técnico”. Relativamente à adesão, Gonçalo Lobo Pinheiro considerou que a importância do concurso tem vido a crescer “basta ver o número de participantes que aumentam anualmente”, apesar de considerar ainda ser “complicado” um concurso com três anos ter o reconhecimento mundial, mas o objetivo, diz, “é caminhar para que tal aconteça nos próximos dois a três anos, temos esperança que nessa altura o concurso já esteja sustentado e que as pessoas se lembrem que anualmente existe o concurso da Somos!”.

As imagens vencedoras, juntamente com dezenas de outras selecionadas pelo júri pela sua relevância ou valor para o tema do concurso fotográfico e para o propósito da Somos – ACLP de projetar a dimensão cultural da Lusofonia, assim como o papel de Macau enquanto plataforma que une a China e os países/regiões de Língua Portuguesa, farão parte de uma exposição a ser inaugurada, no dia 26 de março, pelas 18h30, na galeria de exposições da Casa Garden – Fundação Oriente, em Macau.