Associação de Macau angaria mais de três mil euros para minibiblioteca em Moçambique
Uma campanha de solidariedade em Macau angariou perto de 30 mil patacas (3.378 euros) para a construção de uma minibiblioteca na escola Matchik-Tchik, em Moçambique, disse hoje à Lusa a associação local responsável pela iniciativa.
A primeira tranche do valor angariado no evento “Moçambique: um conto solidário”, organizado pela Somos! – Associação de Comunicação em Língua Portuguesa (ACLP), seguiu na segunda-feira para Maputo, capital moçambicana.
“Nesta primeira tranche transferimos cerca de 11.300 patacas (1.272 euros) para suportar os custos do arquiteto e a compra do material necessário para se arrancar com a obra”, notou a presidente da Somos-ACLP, Marta Pereira.
O envio do restante montante vai ser efetuado à medida que as obras forem avançando. Para erguer a minibiblioteca na escola primária, deverão ser necessárias cerca de 28 mil patacas (3.152 euros), estimou a responsável, realçando que “há sempre alterações e imprevistos”.
“Gostaríamos de ajudar com a compra de secretárias e a remodelação das instalações sanitárias. Todavia auscultámos os professores da escola e outros agentes intervenientes neste processo e, desde o início, a escolha recaiu sobre a estrutura da minibiblioteca”, acrescentou Marta Pereira, notando que o espaço de leitura não vai servir apenas as crianças do estabelecimento de ensino, mas a zona que este serve, o bairro de Polana Caniço.
A Somos-ACLP, que está a trabalhar no projeto com a associação cultural moçambicana Hodi Maputo Afro Swing, calcula que a biblioteca esteja concluída antes do início do próximo ano letivo.
“Seria um grande arranque para todos os meninos e professores daquele bairro de Moçambique”, referiu a presidente da associação.
Em 2020, a Somos-ACLP lançou uma campanha de solidariedade com vista a apoiar crianças desfavorecidas em São Tomé e Príncipe na compra de material escolar.
No ano seguinte, a ajuda iria chegar às mulheres da Guiné-Bissau, mas “a pandemia trocou as voltas” e o projeto acabou por não avançar.
O objetivo passava por “ajudar com roupa ou pensos higiénicos reutilizáveis meninas de casas de acolhimento, contracetivos para meninas deficientes”, além de “alimentação para mulheres que trabalham na escavação de pedras e na apanha de areias para sustentar famílias, nas zonas rurais”.
À Lusa, Marta Pereira diz que gostaria de recuperar a ideia para a próxima “iniciativa solidária”, em 2024.
Fonte: Lusa