Cooperação Portuguesa e Cabo Verde lançam projeto para apoiar mulheres
Instituto Cabo-verdiano para a Igualdade e Equidade de Género (ICIEG) e a Cooperação Portuguesa querem aumentar a produtividade e a autonomia económica das mulheres com um projecto hoje assinado.
O objectivo é “intervir nestas duas dimensões coerentes com o plano nacional de igualdade de género cabo-verdiano 2021/25” e ao mesmo tempo “reforçar as acções de combate à violência baseada no género”, afirmou o embaixador de Portugal em Cabo Verde, Paulo Lourenço.
A presidente do ICIEG, Marisa Carvalho, e o embaixador de Portugal em Cabo Verde assinarem o termo de aceitação de financiamento do projecto intitulado “Promoção da autonomia financeira e emocional de mulheres e meninas na ilha do Fogo”, entre o instituto cabo-verdiano e a Cooperação Portuguesa (Camões, I.P).
A iniciativa surgiu a partir de um entendimento entre a Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género de Portugal, o Sistema das Nações Unidas em Cabo Verde e o Ministério da Família e Inclusão e Desenvolvimento Social, liderado pelo ICIEG, ao qual a Cooperação Portuguesa através do Instituto Camões associou um financiamento de 50 mil euros.
“Esta proposta pressupõe um esforço financeiro que é repartido entre o Instituto Camões em 67% e o ICIEG em 33 % num total de cerca de 75 mil euros”, avançou Paulo Lourenço.
O embaixador realçou o compromisso do executivo cabo-verdiano e de todas as autoridades em acelerar e introduzir medidas mais assertivas de combate às diferentes expressões de violência contra mulheres e crianças.
“Existem desigualdades e assimetrias entre e dentro das ilhas que são um grande desafio. Neste sentido e procurando também ter presente as vantagens da descentralização, esta proposta materializar-se-á numa fase inicial no município de São Filipe na ilha do Fogo”, justificou.
A fase piloto terá a duração de 12 meses.
O desemprego no concelho “atinge mais mulheres do que homens, sendo que a taxa de inactividade é também superior entre as mulheres”, acrescentou, com base nos dados do último censo.
A maior parte do valor do programa será alocado a um grupo de 25 mulheres, chefes de família, sendo seleccionadas em parceria com a câmara municipal de São Filipe, a Direcção Geral de Inclusão Social, entre outros parceiros.
“Eu acho que parte do sucesso desta iniciativa vai depender da selecção”, salientou o embaixador.
No processo, será dada prioridade a mulheres vítimas de violência.
A presidente do ICIEG considerou que a ilha do Fogo tem características particulares, baseadas no “permanente machismo”, onde as mulheres são “muito” controladas nas suas liberdades de participação na política e no mercado de trabalho, causando uma “grande vulnerabilidade e dependência”.
Fonte: Lusa