ONU ajuda na formação de 100 militares e polícias guineenses sobre violência contra mulher

O Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP) patrocinou um seminário hoje aberto em Bissau juntando 100 agentes das forças de defesa e segurança para debaterem estratégias de combate à violência contra a mulher.

O seminário de cinco dias foi aberto hoje na Casa dos Direitos sob a orientação da Rede Nacional de Luta contra a Violência baseado no género (Renluv) e o apoio do ministério da Defesa guineense.

O grosso dos formandos é constituído pelas agentes da guarda prisional.

Na sua intervenção para marcar a abertura do seminário, a secretária-geral do Ministério da Defesa guineense, Marcelina Vaz, enalteceu a importância da formação dos agentes perante o que disse serem “tempos novos e de desafios permanentes”.

“A violência contra as mulheres e raparigas é um crime abominável e uma questão de saúde publica (..), o uso da força pelos agentes de segurança deve estar sujeito às regras e regulamentos coerentes com respeito aos direitos humanos”, sublinhou Marcelina Vaz.

No caso da Guiné-Bissau, a responsável do Ministério da Defesa disse que o fenómeno “é um desafio a ser vencido”.

A presidente da Renluv, Aissatu Indjai observou que apesar de as mulheres representarem cerca de 52% da população guineense continua a recair sobre si “todos os tipos de violência”, nomeadamente o casamento forçado e precoce bem como a Mutilação Genital Feminina (MGF).

Aissatu Indjai notou que aqueles fenómenos prevalecem na sociedade guineense “apesar da existência de vários instrumentos de proteção” e de trabalhos de sensibilização, disse.

“Um estudo levado a cabo pela Renluv e seus parceiros aponta para uma média diária de 15 denuncias de casos de violência contra as mulheres e meninas”, afirmou a presidente da organização que exorta as forças armadas a se juntarem ao combate.

Financiador da formação aos agentes de defesa e segurança, o FNUAP, pela voz do seu representante adjunto na Guiné-Bissau, Edmundo Vaz, reconhece que a violência baseada no género “não é um problema só dos civis”.

“Acontece também nos quartéis e nas esquadras, ou seja, também existe entre as forças de defesa e segurança”, defendeu Edmundo Vaz.

De acordo com o representante adjunto do FNUAP na Guiné-Bissau, a formação hoje iniciada faz parte de um conjunto de ações de capacitação aos agentes da defesa e segurança, particularmente os guardas prisionais, em colaboração com as organizações da sociedade civil guineenses.

A iniciativa visa promover a participação das mulheres e raparigas no processo de desenvolvimento do país, frisou Edmundo Vaz.

Fonte: Lusa

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